Oferecer múltiplas soluções para as demandas logísticas dos consumidores é um dos grandes desafios do setor, que teve um grande crescimento, potencializado pela alta do e-commerce. As empresas do segmento precisam se adaptar para atender esse novo cenário, e um exemplo disso é a transformação pela qual o Grupo MOVE3 vem passando nos últimos anos. O grupo, que reúne as empresas do setor logístico Flash Courier, Moove+, Moove+ Portugal, a gráfica Jall Card e a fintech M3Bank, vem apostando suas fichas na implementação de tecnologia.
“Se não fossem os investimentos pesados feitos em expansão e modernização dos nossos equipamentos, além da capacitação da equipe, não teríamos tido esse crescimento expressivo que conseguimos acumular nos últimos dois anos”, avalia o CEO, Guilherme Juliani. A instalação de equipamentos como robôs para a automatização dos galpões e uma esteira cross belt de 800 saídas duplicou a capacidade de roteirização de encomendas nos centros de distribuição da empresa, que tem sede em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. O investimento no equipamento e na ampliação do galpão foi de cerca de R$ 25 milhões, e hoje a empresa realiza cerca de 10 milhões de entregas por mês.
No entanto, a tecnologia não trabalha sozinha: o grupo precisou também se adaptar às novas demandas geradas pelo crescimento do e-commerce no Brasil e, dessa forma, ampliou as soluções logísticas que já oferecia. Hoje, novos modelos de entrega permitem que os consumidores tenham mais controle sobre a forma como querem receber suas encomendas. Exemplos como o ship from store e os lockers (armários) vêm se popularizando em diversas cidades brasileiras.
Novos modelos de entrega
O modelo ship from store é uma forma de entrega rápida, que faz das lojas um centro de armazenamento. A compra é feita online e, em poucas horas, o produto chega ao destinatário, pois saiu diretamente da loja física. Entregas como essa são úteis para quem tem urgência nos pedidos, e são comuns principalmente entre as grandes redes, mas não restritas a elas. Outra possibilidade é a realização da compra via e-commerce e a retirada na própria loja.
Os lockers, por sua vez, são instalados em pontos estratégicos de grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Ao invés do recebimento em casa, o consumidor busca sua encomenda em um dos armários, que é aberto com um código enviado via WhatsApp, garantindo a segurança do produto e do armário. Além de flexibilizar a entrega, que não depende mais da permanência de alguém em casa para receber o entregador em horário comercial, a instalação de lockers permite ainda que os veículos de entrega façam trajetos menores, com menos paradas, reduzindo a emissão de gases poluentes.
Ampliação dos galpões
Somando aos investimentos em equipamento operacional, o Grupo MOVE3 dedicou ainda recursos para a ampliação de seus espaços físicos, para que possam comportar a tecnologia e aumentar ainda mais a capacidade de roteirização. No Campus Sadae, em São Bernardo do Campo, são roteirizados 17 mil pacotes por hora em um só equipamento.
“Em breve, inauguraremos um novo galpão de 33 mil metros quadrados. Hoje, contamos com o campus Martini, de 10,5 mil metros quadrados, e o Sadae, que tem uma área de 13 mil metros quadrados. Com essa ampliação, que já está em andamento, vamos expandir ainda mais a operação e a capacidade de armazenamento”, avalia Juliani.
Cadeia logística completa
No caso do MOVE3, que tem como uma de suas frentes a entrega de cartões bancários por meio da Flash Courier, que é líder no segmento, o grupo conta também com a gráfica JallCard, que realiza a impressão dos cartões. “Dessa forma, podemos suprir todas as necessidades dos nossos clientes aqui mesmo, dentro do grupo”, diz Juliani.
Além do foco na personalização dos cartões, por meio da impressão e codificação de tarja magnética, a empresa é responsável ainda pela segurança eletrônica dos cartões, pela logística de distribuição, postagem e gestão de estoque.
Outros benefícios encontrados na modalidade são a redução dos custos de transporte; a diminuição dos impactos ambientais e de emissões de carbono associadas à entrega; a facilidade de expansão do click and collect, no qual o cliente faz a compra e vai até a dark store retirar sem custos adicionais; e principalmente a minimização dos gargalos logísticos brasileiros.
Segundo Guilherme, “o conceito nos permite antecipar esses gargalos e executá-los quando os clientes ainda não fizeram a compra. Com isso, um cliente da Bahia, por exemplo, pode ter sua encomenda entregue no mesmo dia da compra graças às dark stores”.
Atualmente, o Grupo MOVE3, que cresceu cerca de 250% na pandemia, está com quatro filiais/dark stores em operação na Bahia, Rio de Janeiro, em São Paulo e no Paraná, além de mais cinco sendo instaladas e com a regularização em andamento na Amazônia, em Minas Gerais, no Ceará e no Rio Grande do Sul. “Esperamos, ainda nos próximos meses, abrirmos filiais em Brasília, em Santa Catarina e em várias outras cidades sempre com esse modelo de armazenagem e levando nossas certificações ANVISA para também fazermos o estoque e a distribuição de medicamentos”, finaliza o CEO.