ESG: essas três letras, que significam “Environmental, Social and Governance” (ambiental, social e governança), se referem às atitudes tomadas pelas empresas nessas três áreas. As práticas de sustentabilidade e preservação ambiental, de atenção às políticas públicas e de transparência e ética são, além de imprescindíveis, cada vez mais valorizadas tanto pelo mercado quanto pelo público. No setor logístico, isso não é diferente.
No entanto, ao pensar em sustentabilidade na logística, surge o questionamento: é possível adotar práticas ambientalmente positivas no segmento de transportes – especialmente se considerarmos que os veículos de carga são responsáveis por uma grande parcela da poluição? A resposta é sim, é possível, e há diversas formas de reduzir o impacto do setor logístico no meio ambiente.
No Brasil, cerca de 60% dos transportes de carga são feitos pelas rodovias, como apontam dados do Plano Nacional de Logística de 2015. A dependência de frotas de caminhões é grande, e os veículos a diesel são os principais responsáveis pela poluição do ar. Esse é um dos desafios que o setor enfrenta: encontrar outras formas eficientes, econômicas e viáveis para a realização de entregas. Para reverter esse cenário, surgem alternativas, como as entregas realizadas com frotas de bicicletas e caminhões elétricos, e até mesmo a pé, quando as distâncias permitem.
Outras formas de entrega também vêm ganhando adeptos, tanto entre as empresas de transporte quanto entre os consumidores. Cada vez mais vemos o uso dos lockers e a adesão aos PUDOs, sigla em inglês que se refere aos pontos de retirada. Com essas possibilidades, o transporte de carga se torna mais rápido e eficiente, com trajetos menores. Pode parecer pouco quando pensamos em uma única entrega, mas, em grande escala, é uma atitude que faz diferença no impacto ambiental.
A logística, no entanto, não se resume à etapa de entrega: essa fase é conhecida como “última milha” exatamente por ser o fim da longa cadeia de suprimentos. E, quando toda a cadeia é alinhada com o ESG, é possível ter uma operação mais “verde” desde o início. Gestão de resíduos, comprometimento com a redução de emissão de poluentes, diminuição do consumo de recursos como papel e energia são ações que podem ser implementadas na cultura organizacional das empresas de transporte e que têm resultados positivos a médio e longo prazo.
Então, para responder à pergunta lá do início: sim é possível aliar a logística ao ESG. E mais do que possível – é necessário.