Investir em tecnologia não significa demissão em massa

Há quem diga que, ao investir em tecnologia operacional, o futuro dos colaboradores que atuam nesse setor é o desemprego. Mas e se eu dissesse que não precisa ser assim? 

Em meio à quarta revolução industrial, também conhecida como Indústria 4.0, a automação é uma solução presente em inúmeras etapas das operações. Máquinas, robôs, inteligência artificial e machine learning contribuem para a otimização dos processos, aumento da produtividade e redução das taxas de erro para praticamente zero. E onde entra a inteligência humana, se a tecnologia faz tudo e muito mais do que um funcionário, com menor chance de cometer equívocos e ainda prevendo instabilidades e problemas futuros?

De modo geral, vivemos em uma época em que a modernização e os avanços tecnológicos são constantes, e as indústrias de diversos setores precisam acompanhar as mudanças para se manterem competitivas. No setor logístico, a tecnologia de ponta hoje é o que vemos em gigantes do segmento, como a chinesa Aliexpress, de propriedade do Alibaba Group; resguardadas as devidas proporções, empresas brasileiras também lidam com demandas altíssimas — e crescentes, nos últimos anos —, e em um país continental.

E é aí que a inteligência humana é necessária. As máquinas podem fazer o trabalho braçal, mas a estratégia depende das pessoas. Do que adianta ter milhões de dados disponíveis, se não tivermos pessoas capacitadas para analisar, compreender e desenvolver ideias e projetos a partir deles? O papel das empresas hoje é realocar os talentos humanos e capacitar as pessoas para que elas ocupem posições de inteligência.

Muitas profissões tendem a desaparecer nas próximas décadas, assim como muitas já sumiram do mapa ao longo da história. Mas, simultaneamente, muitas outras surgiram. Assim como as empresas precisam correr atrás das inovações tecnológicas, as pessoas também precisam se adaptar: hoje, é praticamente impossível que um jovem recém-formado permaneça o resto de sua vida ativa atuando no mesmo campo em que se graduou.

Cursos, especializações e treinamentos são necessários para manter os funcionários atualizados, capacitados e inteirados de sua área de atuação. Ao reduzir a equipe operacional, as empresas vão precisar cada vez mais de analistas e cientistas de dados, engenheiros, pessoas que se ocupem de gestão estratégica. Todas essas atividades estão se desenvolvendo ao mesmo tempo em que a automação vai tomando conta do dia a dia industrial.

Investimento em tecnologia pode ser uma porta aberta para demissões em massa. Mas também pode ser uma oportunidade para transformar profissionais, o dia a dia da empresa e o próprio setor em que se atua, com mais capacitação e profissionalização.

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